domingo, 13 de março de 2011

Crer para Ver


Quando nem meus pais sabiam que eu viria ao mundo, Deus já tinha escrito toda a minha história.
     
        O parto foi complicado, me contaram. Foram cinco horas de esforço, mas a mamãe foi muito forte e conseguiu suportar a dor. Logo percebi que receberia muito amor daquela família, e recebi. Pena que eu não tive nenhum irmão, às vezes sentia muita falta de alguém da minha idade para brincar.
         Comecei a estudar com seis anos de idade. Foi difícil me adaptar na escola e no início eu nem queria ir. Ao chegar aos meus quinze anos, mais maduro e confiante, me apaixonei por leitura e escrita. A infância passou bem rápido e eu estava começando a me tornar um homem. Lembro que meu aniversário desse ano me emocionou muito, pois meu pai me deu um presente que abriu minhas portas para o mundo.
        Quando terminei os estudos, com vinte anos, eu já tinha três livros e vários textos escritos por mim, mas decidi não ingressar na faculdade, apenas continuar a escrever em casa mesmo. Minha vida se resumia a isso, escrever e escrever. A música também me encantou e comecei a compor, aprendi a tocar violão e fiz músicas que meus pais adoravam ouvir. Certo dia, conversando com um amigo e mostrando meus textos, ele sugeriu uma publicação na internet. Foi um sucesso! Toda semana quando nos encontrávamos para ver o blog, o número de acessos e comentários havia crescido bastante, o que me motivava ainda mais. E foi por um desses comentários que eu conheci o segundo maior prazer da vida, o amor.
        O nome dela era Lilian, ela tinha um cheiro bom e uma voz linda. A conversa fluiu como tão naturalmente que era como se nos conhecêssemos há anos. Encontrei meu primeiro e único amor. Namoramos, e com trinta anos me casei. O sucesso do blog foi tanto que se tornou um site. Meus livros foram publicados e eu fui reconhecido nacionalmente. Sempre escrevendo sobre minha vida, criando histórias fictícias ou fazendo humor com o cotidiano, o importante é escrever.
        Cresci e superei as expectativas dos meus pais, que sempre diziam: Você vai ser grande. Tenho dois filhos que ainda vão me orgulhar muito, uma esposa linda e um trabalho que amo. Sou cego desde que nasci, mas se eu morresse hoje estaria satisfeito, pois tenho a felicidade que nem fez pessoas juntas teriam. Nunca desisti de realizar meus sonhos. Me chamo Arthur, tenho trinta e oito anos e recebi uma vida para fazê-la valer a pena.
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A história não é real.

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